24.4.08

Eu e os games, agora em 3D...

Quem me conhece, sabe que nunca fui adepto desta onde de jogos 3D. O que seria um absurdo, já que o mundo 3D dos computadores foi um dos principais responsáveis pelo meu ingresso no design (a arte da maquetaria e dos efeitos especiais foram os outros responsáveis). Porém, como comecei minha vida de "gamer" jogando Atari e "terminei" (em teoria) jogando no Super Nintendo, minhas raízes sempre estiveram no "mundo 2D".

Resolvi, a uns 8 meses, retomar o prazer da jogatina virtual, desbravando o misterioso mundo dos jogos 3D (já que evoluir é preciso). E não é que gostei... embora, percebi ter gostado bem mais do "visual" 3D do que de jogar em si.

O primeiro jogo em que me aventurei, claro, teria que ser um baseado em Star Wars... e o escolhido foi Battlefront II, com seus planetas ricamente desenhados e baseados totalmente no universo criado por George Lucas... texturas, personagens, jogabilidade (bem intuitiva)... tudo baseado neste universo. Muito bonito, realmente de encher os olhos...


O clima dos planetas e certos detalhes presentes nos gráficos foi o que mais me impressionou neste game

Depois desta primeira (e ótima) experiência, desbravei o mundo do terror survival, começando pelo já clássico, Silent Hill 2. Posso dizer que este jogo é tão bem desenhado e ambientado que nunca imaginei sentir um pavor tão grande "jogando video game", do tipo que me fazia acender as luzes de todo o apartamento para conseguir tomar água na cozinha (sim, eu fiz o favor de jogar à noite). Suas texturas sujas, seus sons tenebrosos (aquele maldito rádio), seus personagens bizarros, sua neblina espessa (nas ruas) e iluminação precária (em ambientes fechados) deixam este jogo com um tratamento gráfico muito bom... terminei aos trancos... mas com uma vontade mórbida de jogar mais.


Imagem escura? O jogo inteiro é assim mas sem perder os detalhes gráficos, de certa forma, belíssimos.

Passei rapidamente por um jogo de bilhar e de corrida (embora continue com eles instalados e jogue de vez em quando). O primeiro se mostrou muito divertido e bem feito e bem fácil de jogar, justamente por ser em 3D. Sua interface deixa a jogabilidade bem próxima do real (com umas ajudinhas técnicas, claro). O segundo é um joguinho de corrida em 3D que te deixa a impressão de estar brincando com carrinhos de brinquedo, com seus amiguinhos, já que existem manobras impossíveis de fazer na vida real e os carrinhos são indestrutíveis... porém... isto não deixa o jogo menos interessante, pelo contrário, deixa bem mais divertido com seus rodopios de câmera. Ambos são graficamente bonitos, nada extraordinário (já que priorizam a jogabilidade), mas bonito.



Bom, não é segredo que sou viciado em cinema e efeitos visuais, depois de jogar Star Wars tive que jogar Senhor dos Anéis. Acabei jogando "The Return of the King" e fiquei surpreso com a qualidade gráfica deste jogo, de certa forma, antigo (já que foi lançado quase que simultaneamente com o filme). Seus ambientes 3D, seus sons... tudo muito bem elaborado e fiel aos filmes. Não consegui avançar muito no jogo (achei bem difícil, pelo menos para meu nível de jogador), mas é um jogo que realmente gostei de "ver".


Gráficos sombrios e épicos, exatamente como os filmes dirigidos por Peter Jackson

Depois destes jogos, todos novos pra mim, resolvi remexer num clássico remodelado, resolvi jogar novamente Prince of Persia.
Voltando um pouco ao passado, este jogo foi um dos primeiros jogos que me fizeram realmente gostar destas obras de arte em vídeo. Os personagens tiveram seus movimentos "desenhados" (pixel a pixel) sobre imagens de pessoas reais se movendo. Isto deixava os personagens com movimentos bem naturais e humanos, apesar dos gráficos 2D da época serem bem limitados. Por este motivo, tive certo preconceito em pegar uma versão "moderna" e "revista" de um clássico, para jogar. Besteira minha.
O jogo em ambiente 3D ficou magnífico, tanto seus gráficos (verdadeiras pinturas em 3D) quanto sua jogabilidade (o personagem principal tem dezenas de movimentos, fáceis de fazer e super realistas). Minha maior surpresa foi reconhecer em um jogo totalmente diferente a velha e boa diversão e tratamento gráfico do clássico.


Movimentos perfeitos e realistas (embora devem ter sido feitos por algum membro do "Cirque du Soleil"). Cenários monstruosos e belíssimos.

Com certeza esta não é uma lista de "melhores jogos de todos os tempos", mas sim uma lista de jogos que me iniciaram neste mundo 3D que eu tanto gosto, mas nunca tinha "jogado" (apesar de tantas vezes me divertir vendo meu irmão detonando jogando Quake TF, no começo do século). Uma coisa bem interessante, neste assunto, é que andei pesquisando e o campo para designer de jogos está crescendo muito no Brasil (sim, aqui mesmo).
Infelizmente não consegui achar trabalhos tupiniquins para ver a qualidade, mas imagino que devem ser excelentes, levando em conta o nível dos profissionais que temos aqui.

Eu, particularmente, adoro observar os detalhes dos cenários destes jogos, realmente inspiradores.

Quem sabe ainda crio um "mapa" de algum game...

Posses e afins...

Mais uma da série "off-topic". Desta vez empresto a postagem do Marcelo Tas, em seu Blog, sobre a posse do novo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

"Posse mostra estilo da Justiça brasileira"

Vou apenas dizer algo que aprendi, a duras penas, nestes meus 32 aninhos de vida: a compreensão do todo pode ser feita com a análise cuidadosa de suas pequenas partes...
...realmente isto é um retrato (ou "retratos") mais do que claro do que acontece na justiça brasileira.

E não é só, o post anterior do Tas fala de algo ainda mais vergonhoso, a "estória do PAC da Ciência", um conto de fadas tragicômico.

...é por isso que leio quadrinhos.

17.4.08

Matemática ultrapassada...

Antes que algum amante da ciência exata tenha um colapso, justifico este título com a reprodução das palavras do ilustrador Shuman que, por sua vez, encontrei reproduzida no blog do ilustrador Hiro...


"Esse costume de fixar preço de página de ilustração por tamanho; página dupla, página inteira, 1/2 página, 1/4 de página, etc, vem do departamento comercial das editoras, onde o lucro/benefício tem relação direta com a venda de espaço físico - que é calculado por centímetro de coluna - e apesar de não ter nada a ver com o valor da ilustração - que exige um cálculo bem mais complexo;
passou a ser usado como um referencial de valores.
Por exemplo:
O anunciante que compra uma página inteira e coloca no anúncio a ilustração simplesinha de uma minúscula bolinha de gude em fundo branco, vai pagar mais pela veiculação que outro anunciante que comprou 1/2 página e ocupou todo o espaço com a ilustração de um tapete persa psicodélico feita a óleo por um chinês preso.
•••O que tem a ver centimetragem de coluna com o trabalho, grau de dificuldade, tempo de pesquisa, técnica utilizada etc, etc, etc usada na ilustração ???
•••Outra coisa: Esses padrões de formato retangulares (1/2 página, 1/4 de página, etc.), são do tempo em que se montavam livros, revistas e jornais com tipos móveis, em caixas presas por elásticos, dai as colunas, que se mantém até hoje apenas para facilitar o cálculo de preço na venda do espaço.
Hoje, com a editoração eletrônica, a imagem pode ser produzida em qualquer formato sem que isso afete os custos de composição, diagramação e montagem, como acontecia antigamente."


Palavras sábias e verdadeiras...